A demissão de Rita Serrano da Presidência da Caixa Econômica Federal, anunciada na última quinta-feira 26 por Lula (PT), foi oficializada nesta segunda com uma publicação no Diário Oficial da União. A exoneração é assinada pelo presidente e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A publicação, importante registrar, é retroativa, com decreto que data do dia 27 de outubro, dia seguinte ao anúncio da troca de comando do banco. No lugar de Rita, Lula confirmou a chegada de Carlos Vieira, economista aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O DOU, no entanto, ainda não traz a nomeação.
A troca de Serrano por Vieira é mais uma tentativa do presidente de conter o apetite do Centrão por cargos e já vinha sendo alinhada há meses. O ápice da insatisfação dos parlamentares com a comandante do banco, no entanto, se deu na semana passada após uma exposição patrocinada pela Caixa que mostrava Lira em uma lata de lixo. Poucos dias depois, Rita foi informada de sua saída.
Na despedida, servidora disse esperar que ‘seu legado’ de luta contra o machismo siga no banco mesmo após a sua saída:
“Espero deixar como legado a mensagem de que é preciso enfrentar a misoginia, de que é possível uma empregada de carreira ser presidente de um grande banco e entregar resultados, de que é possível ter um banco público eficiente e íntegro, de que é necessário e urgente pensar em outra forma de fazer política e ter relações humanizadas no trabalho”, disse Serrano, em mensagem publicada nas redes sociais.
Apesar da exoneração, Rita deve ainda fazer uma transição de comando com Vieira. É esperado que ela coordene a apresentação do balanço trimestral do banco como último ato de sua gestão. A apresentação está marcada para o dia 14 de novembro. Enquanto isso, o Centrão deve negociar a troca das outras 12 cadeiras de comando da Caixa. A articulação, neste caso, promete ser intensa.
A troca de comando e as articulações para os novos executivos tende a fazer andar parte dos projetos prioritários de Lula no Congresso Nacional. A maioria deles está focada na agenda econômica e na busca intensa pelo aumento de arrecadação.