A Ministra Edilene Lôbo, primeira magistrada negra na história do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcou sua presença na Corte ao assumir temporariamente a cadeira do ministro titular André Ramos Tavares, representando a classe dos juristas. Em uma solene abertura de sessão, o presidente do TSE, Ministro Alexandre de Moraes, estendeu as boas-vindas à Ministra substituta, em nome dos demais ministros, da vice-presidente da Corte, Ministra Cármen Lúcia, e de toda a equipe do Tribunal.
Moraes enfatizou o privilégio de contar com a eminente professora e jurista, que demonstrou ao longo de sua carreira jurídica competência, intelecto e determinação, especialmente na área da Justiça Eleitoral. Ele expressou confiança de que a Ministra Edilene Lôbo fará uma contribuição valiosa ao TSE. Ele saudou calorosamente a Ministra, dizendo: "Seja bem-vinda, Ministra Edilene Lôbo."
Em seu discurso de agradecimento, a Ministra Edilene Lôbo expressou orgulho e reconheceu a enorme responsabilidade de ser a primeira mulher negra a ocupar um assento na Corte máxima da Justiça Eleitoral. Ela enfatizou que essa conquista é resultado e ponto de partida das lutas históricas dos grupos minorizados para superar as desigualdades sistêmicas de oportunidades presentes na nação.
A Ministra também destacou a importância de um olhar sensível do Poder Judiciário para as questões de gênero e raça. Ela elogiou a iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de aprovar, na gestão da Ministra Rosa Weber, o critério de paridade de gênero na composição dos tribunais como uma política afirmativa fundamental para promover a representação justa das mulheres na magistratura e nas Cortes.
Edilene Lôbo enfatizou a necessidade de superar a desigualdade de oportunidades enfrentada pelas mulheres negras no Brasil, citando estatísticas preocupantes. Ela mencionou que as mulheres negras representam apenas 5% da magistratura nacional, menos de 1% do Senado, cerca de 6% da Câmara dos Deputados e ocupam apenas 3% dos cargos de liderança no mundo corporativo. No entanto, ela ressaltou o potencial das mulheres negras brasileiras, apesar dessas dificuldades.
A Ministra fez questão de destacar que, apesar das mulheres negras receberem aproximadamente 46% do salário de um homem branco, elas são uma força determinada a garantir a estabilidade de suas famílias, especialmente considerando sua história de baixa renda e adversidades.
Por fim, a Ministra Edilene Lôbo expressou sua gratidão aos colegas do Plenário, aos membros da Justiça Eleitoral e aos servidores que a apoiaram em sua jornada, reconhecendo a importância do apoio e da orientação fornecidos por eles em sua trajetória.