Diante do apetite do centrão por ministérios de peso, a ala política do governo pretende valorizar o passe da estrutura da Caixa nas negociações. Integrantes do Palácio do Planalto argumentam que o banco é um órgão de elevado orçamento e alta capilaridade, o que atende a demandas políticas de líderes da Câmara.
Embora o presidente Lula (PT) ainda não tenha decidido se dará a presidência da Caixa para o PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), a estratégia da ala política do governo é distribuir superintendências e também colocar na mesa as vice-presidências do banco estatal. As tratativas para as superintendências já foram iniciadas.
Agora, após retornar de viagem à Europa, Lula vai intensificar as negociações por trocas na Esplanada para consolidar a entrada de parlamentares do PP e do Republicanos no governo, no que tem sido tratado como uma minirreforma ministerial.
Membros do centrão dizem que não aceitarão pastas de baixo orçamento e com pouca capilaridade. Segundo relatos, a única pasta blindada pelo petista até o momento é a da Saúde, que já foi alvo do grupo liderado por Lira.
"A Saúde não sai. Não é o partido que quer vir para o governo que pede ministério. É o governo que oferece o ministério", disse Lula no último dia 13.
Para membros do PP, há uma linha de corte para entrar no governo, e a pasta que eles miram ocupar deve ser igual ou maior que o Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família, sobre o qual o presidente já deu declarações públicas de que não vai ceder.