Na terça-feira (11) o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o Tenente-coronel Mauro Cid, esteve na CPMI dos atos de 8 de Janeiro. Foram seis horas de depoimento ou o que deveria ser um depoimento, pois Cid usou da prerrogativa dada a ele pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o autorizou a ficar calado quando fosse perguntado sobre assuntos que pudessem incriminá-lo. O Tenente-coronel não respondeu perguntas básicas que lhe foram feitas quanto à sua idade e quantas filhas ele tem, feito pela deputada Jandira Feghali (PCB-RJ).
Sua única fala concreta se deu no início da sessão, com uma pequena defesa onde citou que sua nomeação como ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) se deu por meio do GSI, ou seja, foi uma determinação das forças armadas e que ele (Cid) não tinha nenhuma influência sobre as políticas do governo, e que Bolsonaro não foi responsável por sua escolha como ajudante de ordem, o que é meio controverso tendo em vista que mesmo sendo uma nomeação que se faça por ofício das forças armadas o presidente pode indicar alguém de sua escolha, pois é um cargo de confiança e Mauro Cid é filho de um general que serviu junto com Bolsonaro e é amigo do mesmo. Tendo em vista esses fatos é pertinente dizer que sua nomeação se deu muito por meio dessa proximidade.
A estratégia de defesa do Tenente-coronel durante seu depoimento era de não comprometer a si e o ex-presidente mas com isso deixa as forças armadas em uma posição bastante delicada pois ele aparece fardado e a figura de Mauro Cid fardado como um agente das forças armadas nos lembra que até agora não houve nenhuma punição por parte do exército pois ele está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) é alvo de um inquérito e de uma CPI pelos crimes de fraude nos cartões de vacina, pelos atos golpistas de 8 de janeiro e pela participação nas milícias digitais contra a democracia mas segue sem nenhuma punição definida das forças armadas.
Os deputados e senadores ficaram decepcionados pois acreditavam que o depoimento do Tenente-coronel sairia algo concreto, afinal foram 41 inscritos(entre deputados e senadores) para fazer perguntas. O presidente da CPMI dos atos de 8 de janeiro Arthur Maia (União Brasil-BA) deu uma declaração onde diz que vai estudar meios para entrar com “medidas cabíveis” após Mauro Cid ter se negado a responder a todas as perguntas feitas pelos parlamentares durante a sessão.
