Suellen da Silva Roque, mãe da menina Kemilly Hadassa Silva, de 4 anos, estuprada e morta pelo primo, esteve presente, na tarde desta terça-feira, na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Ela foi acompanhada de dois advogados e da tia. Muito abalada, a mulher afirma que não compareceu ao enterro da filha por estar sofrendo ameaças.
— Eu sei que eu errei, não precisa ninguém me condenar porque a minha consciência me condena. Eu não desejo que ninguém passe pelo que eu estou passando. Eu tenho que continuar pelos meus outros filhos, mas por mim eu nem estaria mais aqui. Eu peço a Deus para ele me levar. Nem no enterro da minha filha eu pude ir, eu tenho que ficar escondida, nem me despedi dela. O mais triste é que eu não posso ir para casa, o tempo todo porque as pessoas estão me julgando. O tempo todo eu errei, mas quem nunca errou? Qual é a mãe perfeita? — questiona Suellen.
Suellen defende que não merece ser culpada pela morte da filha e que não teria saído de casa se alguns familiares não estivessem no quintal da residência. A mulher alega não ter imaginado o perigo que as crianças poderiam estar correndo. Ela conta que a última lembrança da filha é dela com o vestido favorito.
Eu sei que a minha falha foi grave, mas eu também não mereço ser julgada da forma que eu sou porque eu não tenho coragem de matar nem um bicho, nem um animal. Parece que a culpada sou eu, que quem tirou a vida da minha filha fui eu. Se não tivesse gente no quintal, eu juro que eu não tinha deixado os meus filhos sozinhos, eu nem ia para a praça, eu ficaria com as minhas amigas sentada lá embaixo. Se pelo menos tivesse passado pela minha cabeça o que aconteceria, eu não teria deixado a minha filha lá. A última lembrança que eu tenho e dela pegando o vestidinho favorito e dobrando em cima da cama — ressalta Suellen.