As investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) apontam que o vidraceiro Vagner Dias de Oliveira, principal suspeito de matar e carbonizar a ex-mulher Raphaela Salsa Ferreira, de 38 anos, estava com a vítima no carro quando foi ao posto de gasolina comprar um galão do combustível. A suspeita é de que ela já estivesse desacordada. O corpo da estudante do curso de técnico de enfermagem foi encontrado em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, na última sexta-feira, um dia após desaparecer. A mulher foi reconhecida pela arcada dentária e por algumas tatuagens.
Segundo as investigações, Vagner comprou a gasolina por volta das 22h. Ele teria ligado antes para o posto pedindo a reserva de um galão. Ao frentista, Vagner teria dito que a compra era para ajudar um amigo, que estava com o carro enguiçado. O combustível pode ter sido usado para queimar o corpo da vítima. Em depoimento à polícia, o frentista contou não ter se aproximado do carro e não ter visto Raphaela no veículo. Imagens de câmera de segurança, no entanto, mostram a vítima entrando no carro às 21h40.
Até o momento, a polícia trabalha com a hipótese de que o crime tenha sido motivado por ciúmes. O casal havia se separado há pouco tempo e, recentemente, Raphaela começou a sair com outro homem. O corpo da mulher foi encontrado na BR-101 carbonizado em meio a mata. O laudo feito pelo Instituto Médico-Legal indica que a vítima foi queimada ainda com vida, já que aspirou fuligem.
Segundo relatos de parentes, Raphaela chegou até a porta de casa num carro de aplicativo e, quando desceu do veículo, ao invés de entrar no imóvel, embarcou em um outro automóvel, que provavelmente a seguiu do curso de técnico de enfermagem até sua casa. O corpo da estudante foi encontrado a 40 quilômetros de sua residência. A Polícia Civil informou que o corpo de Raphaela foi identificado por meio de exame de papiloscopia (impressão digital) e reconhecimento de parentes. "Diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos", conclui a nota da polícia.