Para chegar ao comando do Executivo estadual, a governadora Raquel Lyra (PSDB) contou com uma coligação enxuta, que apoiou o seu projeto majoritário desde o primeiro momento. Apenas a federação PSDB e Cidadania e PRTB estiveram com a gestora no primeiro turno. Agora, na condição de primeira mulher eleita governadora de Pernambuco, a tucana sente a necessidade de construir um projeto para o Estado. Uma iniciativa que, segundo ela, não é uma construção de uma aliança “por questão pessoal, mas uma construção sobre Pernambuco para os próximos anos”.
Nos bastidores, a governadora ensaia uma aproximação com legendas como PDT e MDB. O primeiro partido atraído foi o PSD, que deixou a Frente Popular do PSB para aderir ao projeto da tucana. A aliança, no entanto, é vista como apenas um começo. “Como a gente trouxe o PSD, a gente vai conseguir construir uma aliança ainda mais ampla”, apostou Lyra. "A gente tem conversado com muita gente, com muitos partidos políticos, é natural que isso aconteça. Nós estamos todos os dias implementando a mudança de que o nosso Estado precisa. A gente chega com um jeito novo de fazer as coisas, com mudança de atitude e postura do governo”, defendeu. Outro movimento recente feito pela gestão é a aproximação com o Governo Lula. Em seus discursos recentes, a gestora fez questão de reconhecer os gestos do presidente Lula e seus ministros. Não é à toa que muitos dos partidos que abriram o debate com o Governo Raquel são partidos da base do petista.
De braços abertos
O presidente estadual do PSD e ministro da Pesca, André de Paula, afirmou que o partido está aberto a “bons quadros e que esse é claramente o caso do secretário (estadual do Turismo) Daniel Coelho (Cidadania)”. “Filiação partidária é uma questão personalíssima. É uma escolha individual e pessoal. Mas você me perguntou e eu respondo: nós celebraríamos o ingresso de um quadro que tem a envergadura política de Daniel”, afirmou. Coelho é um dos nomes cotados para disputar a Prefeitura do Recife e rumores dão conta de que ele pode deixar o Cidadania.
Aliança - Com as negociações para uma aliança entre PT e PSB no Recife ainda em fase inicial, o deputado estadual Waldemar Borges (PSB) defendeu que seja feito um debate no “núcleo da Frente Popular” sobre a estratégia do bloco em toda a Região Metropolitana. Segundo ele, esse núcleo é composto por PT, PSB e PCdoB. "Passa pela discussão também do Recife, por exemplo, porque hoje a gente tem a melhor prefeitura do Brasil, que é do PSB. Mas passa também por Olinda, Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes. A região metropolitana tem que ser discutida em conjunto" assegurou o deputado, em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, ontem.