Pela primeira vez no ano, o IPCA fechou um mês no negativo. Junho registrou queda de 0,08% na média geral de preços, puxado, principalmente, pelo comportamento dos alimentos (um recuo de 4% no consolidado de 12 meses) e dos transportes (devido à redução dos combustíveis). Resultado que tem impactos no acesso à alimentação para as famílias de baixa renda e também na autoridade monetária, mais pressionada para reduzir a taxa de juros.
O cenário também representa um alívio para as famílias, combinado a um momento de renda em alta, fruto de um mercado de trabalho ainda aquecido e benefícios sociais ampliados. Mas o IPCA em terreno negativo deve ter vida curta, e a expectativa é de que a inflação volte a crescer a partir de agosto.
No entanto, isso não quer dizer, necessariamente, que os consumidores irão perceber todos os produtos mais baratos nas lojas e prateleiras dos supermercados no dia a dia. Isso porque esse fenômeno é medido por indicadores que acompanham os preços para os consumidores, os mesmos indicadores que medem a inflação
De maneira geral, esses indicadores avaliam a variação de preços de uma cesta de produtos, porém cada um deles seleciona uma determinada lista, além de conferir pesos diferentes para cada item presente nela.